segunda-feira, 25 de maio de 2009

Um camisa 10 que encantou o RN nos anos 40

Biotipo ideal para um meia de ligação, com 1,75m, drible fácil, visão de jogo, disciplina tática, chute forte e liderança em campo. Essas eram algumas das virtudes do atleta piauiense João José Pinheiro Veiga, ou simplesmente Veiga. Com traços de escandinavo, cabelos um tanto alourados, era um gentleman no gramado comandando a equipe do Alecrim FC. Talvez por ser militar do Exército, acostumado a usar o uniforme verde, fez de Veiga um apaixonado pelo Alecrim FC tão logo procurou um clube para defender em Natal, aconselhado por colegas. Ainda aspirante a oficial, Veiga veio do Piauí após concluir os estudos na Academia de Agulhas Negras, indo servir no Batalhão de Engenho, cujo quartel ficava onde hoje está o Colégio Churchill, na av. Rio Branco, centro de Natal. Veio solteiro, e aqui conheceu a mipibuense Magnólia, com quem casou quatro anos depois. Do matrimônio que durou exatos 65 anos, nasceram os filhos Celso, João José e Henrique, coincidentemente, os três são engenheiros civil.
Veiga nasceu em Terezina/PI, bateu bola na juventude lá mesmo na capital piauiense, até entrar para a academia militar. Em Natal, algum tempo depois de parar com o futebol, foi eleito presidente da Federação Norte-rio-grandense de Desportos, que ainda não era FNF. No seu vasto currículo no esporte, consta o detalhe inédito de ser o único desportista brasileiro que presidiu duas federações de futebol: a de Brasília, quando ali estava sediado, e a do Rio Grande do Norte, tendo também passado pela presidência do Alecrim FC. e presidência da federação de tênis, esporte que praticou com afinco após deixar o futebol. No armário onde a viúva, d. Magnólia guarda como relíquia do ex-esposo, todos os troféus, títulos de benemerência, medalhas, taças, diplomas, álbuns, camisetas, escudos do Alecrim FC, e honrarias, frutos da história esportiva do ex-secretário de Segurança do RN em três ocasiões.
Os grandes momentos do futebolista Veiga, foram a partir do momento em que chegou a Natal e logo achou o clube que o encantou: o Alecrim FC, talvez pela própria camisa verde, a cor da farda verde que envergava, com orgulho. Na época, 1942, ainda não havia numeração nas camisas dos jogadores, mas Veiga jogava, hipoteticamente, com a 10. Era o meia aplaudido pela torcida do clube esmeraldino. Na época, era costume entre os clubes locais pedir emprestado jogador a outra agremiação, como reforço para jogos amistosos. ABC e América adotavam aquela política da boa vizinhança, algo impossível nos tempos atuais. Por isso, quando o ABC acertou um amistoso com o fortíssimo time do Sport Recife, após vitoriosa excursão do Rubro Negro da Ilha do Retiro, por Rio, Porto Alegre e São Paulo, Veiga foi um dos reforços solicitados pelo treinador, atuando ao lado de Albano, que era o dono da camisa 10, além de ídolo da torcida.
Como prova da força que tinha o Sport, no começo dos anos 40, vários jogadores do clube pernambucano se transferiram para o Rio, com destaque para Ademir Menezes, Djalma (ambos no Vasco), Pinhegas (Flu), Furlan, Pirombá e Clóvis, todos divididos entre clubes do Rio e São Paulo. No esperado jogo em Natal, vitória do ABC por 1x0, gol de Albano, com Veiga participando da partida. A torcida abecedista fez um verdadeiro carnaval com o feito da sua equipe, pois na verdade temia-se por uma goleada em Natal.
A chegada de Veiga ao Alecrim FC deveu-se a um colega de farda, na época dirigente da FND, cel. Fernando Leitão, naquele ano ainda capitão do exército, também torcedor do Alecrim FC, companheiro de caserna. No primeiro treino, mostrou logo que ali estava um craque. No mesmo dia assinou inscrição como amador, já que a legislação proibia militar de profissionalizar-se. No Alecrim, Veiga jogou até os 32 anos, sendo depois transferido para Brasília. No retorno a Natal, iniciou a atividade como desportista, presidente da FNF e depois F.N. De Tênis, jogou pelos veteranos do futebol, sendo uma das partidas na preliminar do jogo principal da seleção do RN contra a Paraíba pelo Campeonato Brasileiro de Seleções Estaduais, no JL, com esta equipe: Gerin, Artêmio, Geléia, Dromé e Acácio, Pageú, Ubarana e Albano, Simão, Veiga e Tico. Técnico, Salatiel Silva.
O cel. Veiga faleceu recentemente, após luta intensa contra um câncer. Considerava a capital potiguar sua segunda terra natal, residindo aqui desde que foi transferido durante a 2ª guerra mundial, somente ausentando-se quando indicado para outro estado, pelo Exército. Como curiosidade, certa vez o então dirigente do Alecrim, João de Brito disse que, tão logo viu o primeiro treino de Veiga no Alecrim, ficou encantado com seu futebol, e o medo que passou a ter foi que o arguto cartola abecedista, Vicente Farache soubesse da presença desse craque e tentasse levá-lo para o ABC.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Frasqueirão e Alecrim

Já é considero um estádio no qual o Alecrim tem sorte.
No estadual do ano corrente, o Alecrim selou a sua permanência na elite do estado, empatando o jogo no Frasqueirão. Segue alguns dados:

primeiro jogo:
22/01/2006: ABC 1x1 Alecrim

1º gol do estádio: Da Cunha (Alecrim)

Os “gols redondos”

001º gol: Da Cunha do Alecrim no jogo 01 (2006)
100º gol: Ítalo do Potiguar-P no jogo 30 (2007)
200º gol: Bosco do ABC no jogo 62 (2008)


As menores rendas
1.645,00 (Alecrim 2x1 Potiguar-P, 16/03/2008)
1.835,00 (ABC 3x3 Coríntians-RN, 16/04/2006)
1.970,00 (ABC 1x2 Baraúnas, 27/11/2007)


Os menores públicos
194 pagantes (Alecrim 2x1 Potiguar-P, 16/03/2008)
210 pagantes (ABC 1x2 Baraúnas, 27/11/2007)
367 pagantes (ABC 3x3 Coríntians-RN, 16/04/2006)